terça-feira, 17 de junho de 2014

Na Copa de bike

Duas duplas de ciclistas – uma norte americana e uma mexicana - são personagens de duas histórias interessantes que deveriam entrar para os anais da Copa do Mundo de 2014. Como essas, espero que outras aventuras sobre duas rodas estejam acontecendo Brasil adentro.

sábado, 14 de junho de 2014

Brasil, país do linchamento

Fato mais comum em alguns países do Oriente Médio, o linchamento está se tornando parte da nossa cultura tupiniquim. Depois de vermos recentes notícias de linchamentos que aconteceram aqui e ali - jovens e mulheres acusados de crimes sendo espancados até a morte em praça pública -, assistimos direto do Itaquerão, em São Paulo, durante a abertura da Copa do Mundo de 2014, milhares de vozes, em uníssono, xingando a presidente de República. Mais um linchamento – esse moral –, forma de reação popular que parece estar caindo no gosto de parte da nossa sociedade.

Linchamento sim, porque nas ruas, o último grau antes do uso da violência física, é o xingamento. Pessoas se estranham, reclamam uma das outras, tiram satisfação. Se nada disso resolver, elas se xingam e, ato contínuo, passam à agressão física.

Não, não sou petista. Não gosto do PT e não apoio esse governo. Não votei nela e nem em seu antecessor. Mas acho que a forma de reagirmos a um governo que não nos agrada não passa pelo linchamento público. Não passa pela violência. De forma alguma.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Rapidinhas sobre as obras da Copa

Atraso em obras do Expresso DF

O Expresso DF, que vai ligar Gama e Santa Maria à rodoviária do Plano Piloto, deveria estar pronto antes do início da Copa do Mundo de 2014. Mais especificamente nessa sexta-feira (6). #sóquenão ficou, como dizem os mais plugados.

É que o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do DF pediu mais seis meses de prazo para concluir as obras. O departamento diz que precisa de mais tempo para ajustes finos e testes.

Aeroporto alagado

goteiras no Aeroporto (Foto: site G1)
Já as obras no aeroporto internacional Juscelino Kubitschek foram concluídas antes do ponta pé inicial da Copa. Mas imagens divulgadas pela internet nesta terça-feira (3) mostram que a obra tem defeitos e problemas a rodo. Literalmente. Com a chuva que caiu na terça – a primeira após o término das obras –, parte do saguão de desembarque do aeroporto ficou alagado. Além disso, goteiras em várias partes do teto mostram que a pressa para entregar a obra a tempo vai sair muito caro. A copa vai acabar em julho, os turistas vão embora, e nós vamos ficar com o abacaxi.

Sujeira

A uma semana do começo do chamado evento do ano, a cidade ainda apresenta sinais de que se tornou um imenso canteiro de obras apressadas e mal planejadas. Tapumes, montes de terra, detritos e restos de obras e muita sujeira podem ser vistos em várias partes da área central da cidade. Somado às destruídas calçadas de Brasília – motivo de vergonha para todos que moram na capital – esse quadro vai mostrar para o mundo que a capital do país da Copa, Patrimônio Histórico da Humanidade, é uma cidade suja e mal cuidada.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

França incentiva população a ir trabalhar de bicicleta

Quando, ao criticar a forma como o governo enfrenta os constantes e crescentes problemas do trânsito – sem abandonar a inviável e doente política rodoviarista –, cito referências de cidades mundo afora que já acordaram para a exaustão desse modelo, estou me referindo a exemplos como o que vem da pátria de Bonaparte e de Gaulle.

A França deu início a um programa de incentivo para que os franceses deixem de lado seus carros e passem a usar a bicicleta para se locomover pelas cidades. Durante seis meses, cerca de 20 empresas vão pagar, para cada trabalhador que fizer de bike o trajeto casa-trabalho trabalho-casa, 25 centavos de euro por quilômetro percorrido em cima da magrela.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Palpite para as eleições de 2014

Hoje baixei o espírito de Mãe Dinah (*). Não tenho a menor ideia de quem vai levantar a taça da Copa do Mundo de 2014, que começa em poucos dias, mas estou pronto para adiantar minha opinião sobre quem vai ganhar as eleições de 2014 no Brasil. O período eleitoral nem começou ainda - oficialmente - mas, para mim, diante do quadro político apresentado e da conjuntura socioeconômica, acho que tudo se encaminha para que nosso próximo presidente seja o neto de Miguel Arraes, o pernambucano Eduardo Campos, do PSB.

Não vou me arvorar a traçar qualquer análise política ou juízo de valor acerca dessa minha percepção. Isso não tem a ver com o tema central desse blog. Mas, se meu prognóstico se concretizar, acho que o próximo governo poderá dar o ponta  pé inicial, dando o start para as mudanças na política de mobilidade urbana em nosso país, mudanças que tanto almejamos e precisamos.

Digo isso mais por conta da candidata a vice, Marina Silva, que agregou muito valor à campanha do candidato do PSB. A acreana, ex-ministra e ex-senadora da República, concorreu no pleito de 2010 e obteve surpreendentes 19 milhões de votos. Marina construiu sua carreira política em torno da defesa do meio ambiente. Já tive oportunidade de conversar duas ou três vezes com ela. Sua militância histórica e permanente pela sustentabilidade me faz crer, e apenas crer, que se a chapa Eduardo/Marina for eleita, poderemos esperar dias melhores para o meio ambiente urbano no Brasil.

Meu palpite pode estar errado. Minha expectativa quanto a Marina pode também estar errada. Mas vejo uma possibilidade. Uma luz no fim do túnel. Apenas isso.

(*)Mãe Dinah é uma famosa vidente brasileira, falecida no início de maio de 2014.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Carro: principal instrumento de arrecadação no Brasil

No trabalho intitulado “O nó da mobilidade urbana”, apresentado no final de 2013 no Centro de Estudos Estratégicos da Câmara dos Deputados, o engenheiro civil Severino Soares Silva fez duas revelações que mostram porque é tão difícil combater a politica rodoviarista no Brasil. Veja o que diz o engenheiro, citando as fontes.

a) “O automóvel se tornou o principal instrumento de arrecadação do país: de cada R$ 100 que o governo arrecada em impostos R$ 6 vêm do setor de veículos. O carro é a prima-dona da arrecadação”. (Everardo Maciel, ex-Secretário da Receita Federal, Revista Época 21/10/2011).
b) “Mais de 200 mil empresas no Brasil têm suas atividades ligadas direta ou indiretamente à indústria automobilística; ela tem peso correspondente a 21% do setor industrial e representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil”. (Anfavea/2012).

Em suma, para o governo, menos carros significa menos arrecadação de impostos, menos empregos e menos geração de renda.

Assim, de nada adianta falar em substituição do modelo focado nos automóveis em vigência na atualidade, se a proposta não apontar alternativas para a substituição, à altura, da fonte de arrecadação primária no Brasil.

Não basta defender a construção de mais ciclovias e uma nova concepção de transporte coletivo público – com intermodalidade entre ônibus, metrô, trens, bicicleta, vans, etc. O debate é mais profundo, e passa por uma reavaliação e redesenho da perversa e mal estruturada política tributária brasileira.

Confira aqui a íntegra da apresentação.