segunda-feira, 31 de março de 2014

Dicas (muito) básicas de alimentação para o ciclista amador

Barras de cereais: boas companhias para o ciclista
Outro dia conheci uma senhora, funcionária numa agência dos Correios, que me contou uma história curiosa. Eu tinha ido buscar um par de pneus de bicicleta que comprei por meio da internet. Quando ela viu do que se tratava, perguntou se eu era ciclista e, diante de minha resposta afirmativa, puxou conversa. Disse-me que também gostava muito de pedalar. Morava ali por perto e fazia o trajeto casa/trabalho - trabalho/casa de bike. E gostava de pedalar nos fins de semana. Em suma, uma ciclista full time, um ser sobre duas rodas, como costumo dizer. Mas, confessou-me ela, ultimamente estava "meio que deixando a atividade de lado", porque vinha emagrecendo muito!

Assumo que achei engraçado. Tanta gente querendo emagrecer a todo custo, com todo tipo de dieta e horas em academias, e eu diante de alguém que vivia exatamente problema inverso. A questão dela era perda excessiva de peso.

Perguntei a ela se ela estava se alimentando adequadamente, tendo em vista sua atividade física. Se ela estava comendo carboidratos e proteínas suficientes. Ela afirmou desconhecer o assunto. Não sabia o que e nem quando comer.

No pouco tempo que pude conversar com ela, lembrei que o ciclismo, apesar do aparente viés de lazer, é uma atividade com alta demanda energética. E como tal, precisa vir acompanhada de uma alimentação balanceada e focada.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Pequenos prazeres que cada meio de transporte oferece

Março/2014: mais chuva do que a média histórica
Março, que em 2014 pode mesmo ser considerado o mês das águas, vai findando. De acordo com o site Climatempo, no DF, do início do mês até o último dia 26, foram 307 mm de chuva, cerca de 60% mais do que a média história para  março, que é de 189 mm.

Foi um mês em que a bicicleta ficou mais tempo em casa do que gostaria. Enquanto em meses anteriores rodei mais de 400 quilômetros por período, em março não vou chegar sequer a 300 quilômetros de pedaladas. Pancadas de chuvas muito fortes, com rajadas de vento e raios, indicaram que a opção, nesses dias, para quem pratica mobilidade urbana sem radicalismo, era partir para meios de transporte alternativos: carona solidária, ônibus, metrô e caminhadas.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Não quero ver morrer o Parque da Cidade

O atual governo do Distrito Federal contribui para acabar com um espaço histórico do brasiliense: o site do GDF noticia que está em andamento obra para abrir novo acesso de veículos (a sexta entrada, calculo eu) ao Parque da Cidade, na altura da 912/913 sul, onde ficam, entre outros, os colégios Olimpo e Sigma (particulares e de classe média alta). A intenção alegada pelo governo é desafogar o trânsito no local. Mas o que vemos é uma obra voltada para atender os pais (influentes) dos alunos dessas escolas.

E qual vai ser a consequência? A obra, é claro, vai incentivar um aumento significativo no fluxo de carros na região, que já não é pequeno. Ou seja, mais uma obra que incentiva a utilização de veículos automotores individuais. O Parque é cada vez menos um parque, cada vez mais uma avenida de ligação arborizada.

Com muita satisfação, vi nascer o Parque da Cidade, em 1978. Não queria testemunhar sua morte.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Andar ou pedalar: locomoção lenta, mas com prazer

Quando nos locomovemos pela cidade a pé ou de bicicleta, além das vantagens amplamente conhecidas para a nossa saúde física e mental, ainda contamos com um diferencial interessante: podemos parar a qualquer momento para atender uma ligação no celular, ler uma mensagem ou ligar para alguém, sem causar acidentes ou colocar em risco outras pessoas. E, muito melhor que isso: podemos parar para observar com atenção e fotografar cenas bonitas com que nos deparamos, o que não é possível fazer quando se está ao volante de um veículo automotor.

Essa semana, passando de bicicleta pelo Parque da Cidade, avistei um belo exemplar de falcão de coleira (Falco femoralis) pousado em uma árvore baixa. Parei, saquei da mochila a câmera fotográfica e registrei o momento. Logo adiante, momentos depois, notei vários carcarás (Polyborus plancus) revirando lixeiras em busca de comida fácil. Clique: gravei um close da bela ave de rapina.

Outro dia, na semana passada, caminhando para casa no início da noite, após andar de metrô, vim ouvindo boa música nos fones de ouvido e curtindo a companhia agradável da lua cheia. Enfeitiçado, calmamente pude parar e dar um clique no nosso satélite natural.

Ano passado, fiz uma série de fotos dos principais pontos turísticos de Brasília. Ao passar pelo Congresso Nacional, pela Torre de TV, pelo novo Estádio Nacional, pela Ponte JK e outros, fui clicando e registrando a passagem da magrela de então pelos points.

Locomover-se a pé ou sobre duas rodas pode ser mais lento, mas com certeza faz a viagem até o destino valer muito mais a pena do que o veloz uso do carro.


Falcão de coleira no Parque da Cidade
Carcará, também no Parque da Cidade
Lua cheia em detalhe
Ponte JK, da série de pontos turísticos de Brasília

segunda-feira, 24 de março de 2014

Curtas sobre mobilidade urbana e ciclismo

Lucélia Santos torna-se ativista da mobilidade urbana

Graças á atitude dos preconceituosos de plantão, a mobilidade urbana ganhou uma ativista de renome. Está na coluna da Mônica Bergamo na Folha de São Paulo dessa segunda-feira (24): Depois dos comentários maldosos em torno de seu passeio de ônibus pelo Rio, Lucélia Santos decidiu tornar-se ativista pela causa da mobilidade urbana. Na coluna, a atriz lista as prioridades que ela entende que poderiam melhorar os transportes públicos urbanos na cidade maravilhosa.

Gladiador sobre duas rodas

Russel Crowe, ator neozelandês que ganhou o Oscar pelo papel do general Maximus, no filme Gladiador, de 2000, esteve no Rio de Janeiro na semana passada para divulgar seu novo filme, Noé. Durante a visita, aproveitou a sexta-feira (21) de sol para pedalar pela orla da Zona Sul carioca. As fotos do ator pedalando sua bike foram publicadas nos principais jornais e sites de notícias.

Reconhecido por seu jeito “turrão”, em entrevista concedida momentos depois do pedal, o gladiador teria criticado o trânsito da cidade maravilhosa.

Ciclovias nas capitais brasileiras

Já o G1, site de notícias do grupo Globo, publicou em destaque neste domingo (23) matéria que traz um levantamento das ciclovias em 26 capitais brasileiras (o DF não aparece na pesquisa). De acordo com a o G1, juntas, as capitais contam com 1.118 km de ciclovias – o que representa apenas 1% do total da malha viária das cidades, que somam 97.979 km de ruas.

O site mostra que Rio Branco (AC), que tem 59,5 quilômetros de ciclovias, tem a maior proporção em relação à malha rodoviária (7,4%) e ao número de habitantes (6.003 hab/km de ciclovia). E que Boa Vista (RR) é a única capital onde não existem pistas exclusivas para ciclistas.

Entrevistado pelo site, o responsável pela área de transporte da capital acreana revelou que a ordem na cidade é que sempre que for realizada uma obra de infraestrutura viária esteja previsto também o investimento no transporte não motorizado. Um exemplo a ser seguido !!!

Aluguel de bikes no Eixão do Lazer

No Eixão do Lazer, tradicional espaço conquistado pelo brasiliense para aproveitar o domingo e os feriados com família e amigos e para praticar esportes, as bicicletas estão presentes em grande número. Pedalar no centro da cidade, na ampla avenida que corta o Plano Piloto de norte a sul, é um prazer.

Quem vai ao local e não leva bicicleta, pode alugar as magrelas em dois pontos (nas asas sul e norte) de uma loja que viu no espaço um mercado interessante. Por R$ 20,00 a hora, o cidadão pode alugar bicicletas urbanas, de passeio ou estilo mountain bke, em tamanhos variados, para crianças e para adultos. Nos locais, os ciclistas ainda contam com serviços, como pequenos ajustes nas bicicletas ou conserto de pneus furados.



IPI zero sobre bicicletas

Na terça-feira (18), representantes de grupos organizados de cicloativistas estiveram no Congresso Nacional para tentar sensibilizar parlamentares sobre a necessidade de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre bicicletas. Estudo realizado pela consultoria “Tendências” revela que a tributação sobre as bikes chega a 72%, enquanto que o imposto incidente sobre veículos automotores não chega a 33%.

De acordo com os ciclistas, que foram recebidos pelos senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Eduardo Suplicy (PT-SP) e João Vicente Claudino (PTB-PI), “a isenção do IPI elevaria o consumo formal de bicicletas em 11%, resultando em mais bicicletas nas ruas, mais qualidade de vida, menos congestionamentos e, ainda, maior arrecadação para os cofres públicos. Todos têm a ganhar com uma redução dos impostos – até o governo”.

Clique aqui para assinar o abaixo-assinado pedindo a isenção de IPI na compra de bicicletas.

São Paulo experimenta redução de acidentes com pedestres e ciclistas

O editorial da Folha de São Paulo desta segunda-feira (24) informa que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) divulgou estudo que aponta uma redução na morte de pedestres e ciclistas na capital paulista. em relação a 2005, a redução foi de 31,3% nos acidentes com pedestres e 62% com ciclistas. De 2012 para 2013, os acidentes com ciclistas caíram 33%.

Porto Alegre: duas ciclistas atropeladas em um único dia

Mas a violência no trânsito, infelizmente, é uma realidade constante na terra brasilis. Na última sexta-feira (21), o jornal Zero Hora noticiou que duas jovens ciclistas de Porto Alegre (RS) – de 19 e 21 anos – perderam suas vidas num intervalo de menos de oito horas. Estudantes universitárias, escolheram usar a bike como meio de transporte. A violência do trânsito, tão comum em nosso país, não permitiu que elas exercessem esse direito básico. As duas foram atropeldada por ônibus. A violência tirou não só a liberdade das garotas; tirou-lhes a vida.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Diretor do DF Trans espera que cidadão compre carro e não precise de ônibus

Em entrevista ao colega Estevão Damázio, da rádio CBN, sobre o caos que se criou com as obras na Rodoviária do Plano Piloto, a autoridade foi direta em sua resposta, quando perguntada (pelo ouvinte P.) se ia de ônibus para o trabalho: “acho que trabalhei para chegar (aqui) e espero que você (ouvinte) também, daqui a alguns dias, não precise mais andar de ônibus, porque provavelmente ele anda, mas nós entendemos”.

A frase acima foi dita por ninguém mais ninguém menos do que o diretor técnico do DF Trans (Transporte Urbano do Distrito Federal), Lúcio Lima. Ele é, simplesmente, o responsável por cuidar, gerenciar e viabilizar soluções para o trânsito do Distrito Federal, e deveria ser o maior incentivador, o “condutor”, o “maestro” de projetos de mobilidade urbana. E mais: devia ser o exemplo.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Problema não é falta de investimento, é má administração

Li na edição do jornal O Estado de São Paulo desta quinta-feira (20), em editorial que discorre sobre a greve dos professores, uma informação preocupante. Diz o texto que os professores de SP, em estado de greve, pedem, entre outras coisas, maior investimento em educação. Neste ponto, o redator revela, sem citar fontes, que “há vários anos o Brasil já investe, no setor, porcentuais próximos ou equivalentes dos destinados pelos países desenvolvidos para seus sistemas de ensino”, e que “como mostram estudos e levantamentos de conceituados organismos multilaterais, o problema da educação – principalmente a falta de qualidade da rede pública de ensino básico - decorre de incompetência administrativa e falta de empenho das autoridades, e não de escassez de recursos”.

Por muitos anos, no Brasil, se culpou a falta de recursos para explicar os graves problemas de educação, saúde, infraestrutura, segurança, etc. E a sociedade organizada reclamava exatamente isso dos governos que se sucediam: mais investimentos. Até hoje se ouve essa ladainha.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Óculos não são obrigatórios, mas ciclistas deveriam usar regularmente

 Tem alguns itens que, mesmo não sendo de uso obrigatório de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, deveriam ser usados regularmente pelos ciclistas: entre estes itens está os óculos. A quantidade de poeira, detritos, sujeiras e insetos que estão no ar por onde passamos é bem grande, colocando em risco nossos olhos, órgãos sensíveis e delicados ao extremo. Além de proteger da luz, os óculos são o para-brisa do ciclista.

terça-feira, 18 de março de 2014

Estacionamento subterrâneo: argumentos contra a "Toca da Esplanada"

Projeto prevê Toca da Esplanada abaixo do gramado
A discussão do momento – ou melhor, a discussão que já estava encerrada e voltou ao centro do palco – é a aprovação pelos membros do Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan), na última sexta-feira (14), de um o artigo do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub) que prevê a construção de garagem subterrânea no gramado central da Esplanada dos Ministérios.

A população do Distrito Federal precisa se mobilizar para tentar evitar essa barbaridade.

Sem dúvida, abrir dez mil vagas (proposta do projeto) no centro da cidade é um sonho. Mas penso que essa é uma obra faraônica que não se presta, de forma alguma, a melhorar a mobilidade urbana no DF. Para aprofundar e fomentar a discussão, resumo abaixo alguns argumentos contrários ao projeto.

Seria mais uma obra do GDF que claramente incentiva o falido sistema atual de transporte urbano, baseado em veículos automotores individuais. A obra, ao se configurar como um enorme estímulo para que (muito) mais pessoas se dirijam ao centro da cidade de carro, vai na contra mão das alternativas que as principais cidades do mundo estão buscando para solucionar problemas de trânsito.

Nossas vias urbanas não estão e nem estarão preparadas para suportar esse acréscimo de trânsito. Uma obra dessa envergadura teria que vir acompanhada de toda uma mudança nas vias das redondezas. Mas, será que, por conta do tombamento da cidade, é possível realizar alguma mudança? Ou a ideia é essa mesmo, apenas meter um estacionamento gigante na Esplanada, sem qualquer planejamento ou alteração no trânsito para facilitar o acesso à novidade?

Não consegui saber como se dará o acesso a essa verdadeira cidade paralela subterrânea. Quantas entradas estarão disponíveis para esses dez mil veículos? Fico imaginando filas intermináveis de carros nas entradas do estacionamento, em pleno centro da cidade. O que era para melhorar as condições de trânsito, na verdade vai servir para causar muito mais tumulto.

Também não li nada a respeito de como se fará a segurança da toca da Esplanada. O coração do poder federal terá segurança privada? Ou será necessário um batalhão extra para cuidar do imenso universo paralelo? Há previsão de acesso facilitado para bombeiros, ambulâncias? O consumo de energia no local será sustentável, ou vamos construir mais um sugador de energia, logo em tempos de crise energética?

Não tenho conhecimento do custo desta obra. Mas imagino que não deve ser coisa barata. Um oceano de dinheiro para construir um mastodonte inútil, dinheiro que poderia muito bem ser usado em obras diversas que incentivassem e permitissem a mobilidade urbana por outros meios que não o automotor individual. Ônibus, metrô e outros veículos sobre trilhos, bicicleta, motos, patinetes, e mesmo para incentivar o deslocamento a pé. Será que o cidadão foi ouvido? Será que o cidadão tem interesse nessa construção? Foram apresentadas e estudadas alternativas, como reformulação dos estacionamentos existentes na Esplanada e aumento na quantidade de ônibus circulares saindo da Rodoviária/Estação Central do metrô, entre outras?

Outro ponto é que, ao que tudo indica, essas vagas não serão gratuitas. O estacionamento deverá ser pago, gerido por empresas privadas. Isso porque a obra será feita por parceria público privada, o que vai permitir que seja feita cobrança pelas vagas. Ou seja, no final, empresas privadas vão lucrar com o monstrengo.

Isso sem falar em toda sorte de problemas ambientais que uma obra dessa magnitude pode causar. Enfim, feitas essas considerações, passo a palavra aos defensores da obra....
Filas para acessar Toca da Esplanada seriam
parecidas com essa

sexta-feira, 14 de março de 2014

Como é pedalar à noite por Brasília


Ontem à noite saí do trabalho e fui até o Pizza à Bessa (da 214 Sul) encontrar minha esposa. Foram 20 minutos de pedal até o local, passando pelas vias S1 e L1 Sul. Gravei o trajeto em vídeo, fiz uma edição curta (menos de três minutos) e publiquei no Youtube, para compartilhar a sensação de se pedalar à noite pela capital federal.

Pedalar à noite é muito bom. Quando escurece, não há sol queimando a pele e o calor é menor. O vento mais ameno ajuda a refrescar. E as luzes artificiais dão um colorido todo especial à cidade.

Cuidados

À noite, é fundamental manter lanternas traseiras ligadas, piscando (eu uso duas na bike, abaixo do selim, e uma no capacete), e a lanterna dianteira, que além de ser indicativa, ajuda a visualizar a pista, para fugir de eventuais buracos, pedras, etc. Também deve-se manter o uso de óculos (com lentes amarelas ou transparentes). O equipamento não deixa o vento bater direto nos olhos, e os protegem de poeira, pedras e insetos.

Atendimento

Chegando ao destino, achei que estranhariam minha presença, pelos trajes de ciclista (capacete, óculos e tudo mais), mas o fato é que o atendimento recebido no restaurante foi especial. Os garçons me deram uma ótima acolhida. Indicaram onde deixar a bicicleta, mostraram que existem câmeras de segurança, se prontificaram a também ficar de olho na magrela, e ainda fizeram perguntas sobre como é andar de bike pela cidade.

A "bicicleta", além de proporcionar uma ótima atividade física, tem um poder de socialização impressionante!

Enfim, uma bela "noitada", sem deixar a mobilidade de lado...

quinta-feira, 13 de março de 2014

DF e Porto Alegre comemoram aporte de recursos para mobilidade urbana

Duas notícias publicadas nos jornais desta quinta-feira (13) trazem esperança de dias melhores para quem, como eu, se locomove diariamente por bicicleta ou por meios de transporte coletivo. Matéria do Correio Braziliense informa que o DF vai receber, do governo federal, R$ 1,5 bilhões para obras de mobilidade urbana. O jornal Zero Hora (RS), por sua vez, revela que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul determinou à prefeitura de Porto Alegre que cumpra a lei que determina a aplicação de 20% dos valores arrecadados com multas de trânsito na construção de ciclovias e em programas educativos sobre o uso de bikes.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Mobilidade urbana é o maior problema para a Copa do Mundo de 2014

A intensa discussão em torno dos problemas na preparação da infraestrutura das cidades brasileiras que vão sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, que começa em junho próximo, revela a importância estratégica do tema que abordo diariamente neste sobreOOrodas. A coluna de Mônica Bergamo desta quarta-feira (12) na Folha de São Paulo traz os dados de pesquisa da LeadPix, agência de marketing direto, que mostram que o problema de locomoção supera o de segurança pública.

“Mobilidade urbana é a maior deficiência na estrutura para a Copa de 2014, segundo pesquisa com 5.015 moradores das 12 cidades-sedes. É a área que mais deixa a desejar no Rio (92%), Cuiabá (91%), São Paulo (89%), Porto Alegre (88%), Belo Horizonte (85%) e Brasília (83%)”, diz a jornalista em sua coluna.

Parece que a percepção da população nestas seis cidades aponta para a mesma direção do que venho dizendo neste espaço: mobilidade urbana é um problema grave, complexo, crescente e relegado a segundo plano pelos governos municipais, estaduais e federal.

Que esta informação sirva de norte para a Administração Pública, para que o tema mobilidade urbana entre, finalmente, na pauta prioritária das futuras gestões que tomam posse no início de 2015.

terça-feira, 11 de março de 2014

Bicicleta como meio de transporte coletivo

Um ciclista que conheci outro dia, e que também usa a bicicleta como meio de transporte diário, comentou que costuma ir e voltar para o trabalho, de bike, com um grupo de amigos. Eles vão se encontrando pelo caminho e fazem a maior parte do percurso juntos. Ida e volta. A experiência - que lembra a ideia de compartilhar carona, de carro - faz da bicicleta um tipo diferente e inovador de transporte coletivo particular.

Achei uma solução muito interessante, por vários aspectos.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Situação em São Paulo acende alerta para a imobilidade urbana

O jornal Folha de São Paulo publicou, na edição desta segunda-feira (10), artigo do secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo sobre a questão da mobilidade na capital do mais rico estado brasileiro. Ele fala de pesquisa realizada pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP), que revela alguns dados interessantes, que merecem atenção, não só em SP, mas nas principais cidades brasileiras.

Entre outros dados, a pesquisa mostra que, na região metropolitana de São Paulo, enquanto a população menos favorecida usa cada vez mais o automóvel para se locomover pela cidade, as famílias de renda mais alta estão migrando (ou fugindo) para o transporte coletivo. Descontando o escancarado e óbvio viés eleitoreiro do texto, o que se extrai dessa pesquisa, penso eu, é que a situação em São Paulo está saindo do controle. A cidade está chegando a um estágio de “imobilidade urbana”. As pessoas mais esclarecidas estão descobrindo que, se as coisas não mudarem, um dia São Paulo vai, literalmente, parar!

sexta-feira, 7 de março de 2014

Dicas para evitar acidentes entre bikes e carros no trânsito

Postura ativa: pedalando pelo centro da faixa direita
Quando me desloco de bicicleta pela cidade, prefiro trafegar pelas ruas e avenidas. Isso porque Brasília tem pouquíssimas ciclovias de verdade. O que temos são algumas calçadas que foram pintadas para dar impressão de ciclovia, mas que continuam sendo as mesmas calçadas de sempre, e continuam a ser usadas por atletas, skatistas, pedestres, mães com filhos pequenos, cidadãos com seus cães de estimação. Acredito que o risco de acontecer um acidente nessas pistas – entre corredores, crianças e cachorros – é maior do que nas ruas, entre os carros.

E, pedalando pelas ruas (sempre falando em pistas duplas), evito andar muito próximo ao meio-fio. Procuro comportar-me como um veículo (esse é um direito meu, legítimo), trafegando pelo centro da faixa da direita, com a lanterna traseira ligada, mesmo durante o dia, e olho constante no retrovisor (item mais que obrigatório, que deve ser instalado do lado direito do guidão). Sigo o fluxo do trânsito, procurando respeitar todas as normas de trânsito, como parar nos semáforos vermelhos, ultrapassar carros apenas pela esquerda, fazer retornos e tesourinhas, sinalizar conversões, etc.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Projetos ambiciosos para incentivar mobilidade por bicicleta

BR 101: Do RN ao RS em 90 dias
Após muitos anos de solitárias pedaladas – puro lazer – pela capital federal e redondezas, consegui, enfim, colocar em prática o antigo objetivo de usar a bicicleta como meio de transporte principal. Embalado pela “vitória”, decidi ir além e tentar concretizar alguns projetos ciclísticos que planejei, mas que até hoje não tive condição (financeira e temporal) de realizar. O objetivo dos projetos é só um: incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte, tendo como foco a mobilidade urbana.

São três projetos principais, crescentes, cada um mais ambicioso que o outro: (1) fazer uma cicloviagem de Brasília (DF) até o litoral (Porto Seguro - BA), em um mês; (2) percorrer toda a BR-101, de Touros (RN) a Estreito (RS), em três meses; e (3) pedalar três a cinco dias em cada uma das principais capitais mundiais, numa viagem única com duração de aproximadamente dois anos.

Os projetos escritos trazem, além da apresentação (uma defesa do projeto), os objetivos gerais e específicos, as justificativas, os pontos específicos de interesse, planejamento, cronograma, equipamentos necessários, orçamento, potencial de marketing e até relação de patrocinadores preferenciais. Também estão lá os produtos previstos para divulgação dos resultados tabulados (como livros, exposições e documentários em vídeo para TVs por assinatura) e de acompanhamento em tempo real (por meio de blog e mídias sociais).

Os projetos

No caso da viagem ao litoral, o projeto prevê 25 dias para pedalar os cerca de 1.280 quilômetros da capital federal até a cidade onde, dizem os estudiosos, o Brasil "começou". O que representa aproximadamente 50 quilômetros por dia. O plano é tentar realizar essa viagem em 2014 ou 2015, no período das férias. Pode parecer muita coisa, mas é só o aquecimento para os projetos seguintes.

A BR-101, com cerca de 4.300 quilômetros de extensão, corta 12 estados brasileiros por quase toda a costa do país. A ideia, no caso, é concluir o percurso em uma única estação do ano – no verão. Pedalando uma média de 50 quilômetros por dia, em noventa dias fecho a obra. Conhecer todo o litoral brasileiro, com culturas (artes, arquitetura, culinária, folclores) tão ricas e tão distintas, numa mesma temporada, é um desafio tentador.

A “volta ao mundo de bike” é O projeto. Difere dos demais projetos porque se baseia na intermodalidade para ir de uma cidade a outra. Explico: a ideia é pedalar apenas nas cidades, não em estradas. Não pretendo fazer o trajeto entre uma e outra cidade de bicicleta. Assim, na Europa, por exemplo, após pedalar de três a cinco dias pelas ruas de Lisboa, pegaria um trem até Madrid. Após pedalar na capital espanhola, embarcaria novamente em um trem, rumo a Paris, para mais três dias de pedal. Depois Londres, etc. Onde não houver trem, poderei me locomover de navio, avião, ônibus, balsa ou qualquer outro meio de transporte.

A intenção inicial era pedalar pelas capitais dos quase 200 países reconhecidos pela ONU. Mas posso reduzir isso para as principais capitais de cada continente...

De qualquer forma, esse é um projeto para ser realizado em mais de dois anos ininterruptos, o que demandaria dedicação exclusiva. O que me obriga a buscar patrocínio de empresas dos ramos de ciclismo, esporte, nutrição esporte ou fitness, de telefonia celular/satélite, de internet (Google, Facebook, Apple, Microsoft), turismo, fotografia/vídeo, GPS.

Então, declaro aberta a temporada de "caça" de patrocinadores....