sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carnaval: tempo de folia ou descanso com responsabilidade

Chegou o carnaval. Quatro dias de muita folia Brasil afora. Samba no pé, muito axé, maracatu e frevo. E muita bebida. Sem dúvida, esse é um dos feriados mais esperados por todos os brasileiros. Mas nem todos pelos mesmos motivos. Enquanto muitos querem se esbaldar na avenida, outros preferem aproveitar o feriado para estudar, para descansar, para rezar ou para praticar esporte. Os quatro dias do carnaval se prestam para todos os gostos e vontades.

Nesses dias, muitos brasilienses enchem os parques de Brasília (Parque da Cidade, Parque do Sudoeste, de Águas Claras, Olhos d’Água e outros), fugindo da bagunça e aproveitando os dias de folga para fazer um churrasco, “tomar um sol”, caminhar, fazer esportes, pedalar ou apenas passear e curtir a família. Já os atletas mais experientes vão para as ruas e avenidas, fazer pedaladas ou corridas mais longas. São formas de descansar a mente da correria do trabalho, e de curtir merecido repouso.

O único senão do feriado é que alguns foliões acabam misturando bebida com direção. E o resultado disso, como bem se sabe, muitas vezes é altamente desastroso.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Ideias (mirabolantes) para contornar o “custo eleitoral”

Congresso Nacional visto da Pira da Pátria
O post “Mobilidade urbana e eleições”, publicado aqui no blog na última segunda-feira (24), gerou algumas boas discussões (presenciais). Entre outros temas, fui questionado sobre alternativas de soluções para transpor ou contornar esse chamado “custo eleitoral”, para que projetos necessários, de maior envergadura, sejam realizados no Brasil. É ótimo quando lançamos a semente de uma discussão, que pode render frutos.

Como já deixei claro, não sou pesquisador ou especialista nessas áreas (nem em política nem em engenharia de trânsito). Sou apenas um ciclista e um cidadão interessado em ter seu direito de livre locomoção garantido pelo Estado – direito que não é respeitado.

Mas tenho, sim, ideias iniciais (quase utópicas, mirabolantes mesmo, é certo) para sairmos dessa suposta sinuca de bico. São propostas exageradas, que teriam que mudar muitas coisas em nosso país. Mas acho que só assim, com mudanças profundas e radicais, o Brasil começaria a deixar a eterna pecha de país do jeitinho – ou da Lei de Gerson, como falei ontem.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Flagrante da falta de cidadania (2)

Em plena capital da República, no coração do Poder, mais exatamente no estacionamento localizado entre a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal – onde se acredita que transitem pessoas educadas, plenas de cidadania e que seriam exemplos para que o restante da sociedade mude sua cultura e passe a respeitar as leis (produzidas ali, no Congresso Nacional, e mantidas aqui, pela Suprema Corte brasileira) vemos o flagrante de absoluta falta de cidadania mostrada na imagem abaixo.

A cena – que se repete de segunda a sexta-feira - mostra uma série de veículos estacionados em fila dupla, interrompendo o fluxo de carros no estacionamento e impossibilitando a saída dos condutores dos veículos corretamente estacionados que, por “madrugarem” no trabalho, conseguem as melhores vagas e ainda podem voltar para casa mais cedo.

Os trabalhadores que chegam mais tarde, ao invés de procurar as vagas mais afastadas (que ainda estão desocupadas) ou até mesmo usar outros meios de transporte para evitar estacionar longe, querem ocupar, também, as melhores vagas. Mas, como as melhores vagas já estão ocupadas pelos que chegaram cedo, os retardatários se acham no direito de estacionar de forma ilegal, em fila dupla, atrapalhando os demais trabalhadores e o fluxo do trânsito. E desrespeitando as leis, à luz do dia e no centro político do país.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Flagrantes da falta de cidadania

Como se diz, desde sempre, que uma imagem vale por mil palavras, basta observar os flagrantes abaixo para se notar como, num país cheio de brasileiros, é difícil pensar em mobilidade urbana por bicicleta, em acessibilidade para cadeirantes ou em fluidez no trânsito para os próprios veículos automotores.

Nenhum projeto de mobilidade (ou de saúde, educação, segurança, etc) vai emplacar, no Brasil, enquanto não se mudar a cultura e a consciência cidadã do brasileiro. E para isso, só fiscalizando e multando, para valer, casos como esses abaixo.
  
Carro bloqueia rampa de acesso para cadeirantes - Asa Sul
Carros bloqueiam ciclovia - Asa Norte
Carro usa via exclusiva para ônibus e táxis - EPTG

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Mobilidade urbana e eleições

Nesta segunda-feira (24) recebi email de um colega pedindo para responder a questionário sobre ciclabilidade das cidades brasileiras. O estudo faz parte da pesquisa de mestrado no programa de Pós Gradução em Engenharia Urbana da Universidade Federal de São Carlos. Muito interessantes a pesquisa e o estudo.
Mas o email me fez pensar novamente sobre a questão "Mobilidade urbana x Eleições"!

Já explico:

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Série imagens do DF

As ciclovias ainda não chegaram a todos os cantos do Distrito Federal. Em vários pontos da "cidade", principalmente nas vias de ligação entre o Plano Piloto e as demais regiões administrativas, os ciclistas ainda precisam pedalar pela rua mesmo, dividindo espaço com os carros. Quando muito, algumas pistas contam com acostamento ou ciclofaixa (na verdade, normalmente são acostamentos transformados em ciclofaixa).

Em outros locais, não há acostamento, ciclofaixa ou calçada (como na L4 Sul, vista na quarta foto deste post). Aí, o ciclista deve usar o canto da pista da direita, com uma distância segura da sarjeta, trafegando preferencialmente no sentido da via, e com o olho atento no retrovisor (que deve ser instalado no lado esquerdo do guidão). E muita concentração!

Mesmo nas ciclofaixas e nos acostamentos, é preciso manter a atenção permanentemente no retrovisor. Reparando na primeira foto abaixo, as marcas de freadas de carros no piso revelam que os carros também usam a ciclofaixa (mesmo com a enorme inscrição "só ciclistas").

A mesmo dica vale para o ciclista que escolhe pedalar pela calçada. Aí o cuidado deve ser com pedestres, animais de estimação e com os buracos e irregularidades, infelizmente muito comuns em nossas calçadas, como retrata a última foto do post.

Ciclofaixa na subida da Ponte JK - marcas de freadas de carros
EPGU (entre o Guará e o Plano Piloto) tem acostamento largo
EPTG tem acostamento, mas apenas em alguns trechos da via
Avenida das Nações não tem acostamento, ciclofaixa ou calçada
Calçada quebrada no centro da cidade - L2 Sul, em frente à OAB

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Caminhar em Brasília não é fácil

Há coisa de três ou quatro anos, quando costumava me locomover a pé no trajeto casa/trabalho - trabalho/casa (à época, morava próximo ao centro da cidade), concedi entrevista para uma revista da área de urbanismo para falar da minha opção pela mobilidade urbana. Na ocasião, a jornalista perguntou o que eu achava das calçadas da cidade. Puxei pela memória e fui lembrando os trajetos que fazia, para responder sem medo de errar: Brasília não é pensada para as pessoas caminharem por aí.

O que é muito estranho, quase um paradoxo, uma vez que vivemos em uma cidade plana, ampla, clara, limpa, com arquitetura e urbanismo diferenciados do restante das cidades brasileiras.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Transporte ferroviário urbano de passageiros: porque não?

Quantos cidadãos se locomovem, diariamente, entre Valparaíso (GO) e o Plano Piloto de Brasília? E entre o Núcleo Bandeirante e o centro da cidade? Milhares, com certeza. Pessoas que saem cedo de suas casas, dirigem-se ao Plano pela manhã, passam o dia no centro, e retornam para suas casas apenas à noite.

Para cumprirem esse percurso (ida e volta), essas pessoas só têm duas alternativas: ou pegam ônibus, ou utilizam veículo próprio. De Valparaíso para o Plano, de carro, pela BR-040, gasta-se coisa de 45 minutos, quando não há congestionamento. De ônibus, é mais de uma hora de viagem.

Pois quando olhamos o mapa multimodal do Distrito Federal do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), o que vemos ligando esses pontos? Ferrovias. Linhas de trem. Prontas e em uso. E aí vem a pergunta: por que não se usar o transporte ferroviário para o deslocamento de trabalhadores, ao menos nos horários de maior movimentação?

A ideia seria oferecer à população trens saindo de Valparaíso, passando pelo Núcleo Bandeirante e pelo Guará, e concluindo o trajeto na antiga Rodoferroviária, de onde haveria ônibus circulares em quantidade – descendo e subindo o Eixo Monumental –, apenas nas horas em que funcionasse o sistema férreo de transporte de passageiros.

Ainda olhando o mapa do DNIT, vemos que está em fase de construção um trecho ferroviário que passa por Sobradinho, Varjão e Torto, e desemboca na antiga Rodoferroviária. Esse trajeto também poderia ser usado, nos mesmos moldes, para transporte de passageiros, nos mesmos horários de deslocação mais intensos.

Para o Estado, com certeza a utilização de malha ferroviária já construída (ou em construção) seria mais barato de que construir metrô ou qualquer outro tipo de transporte coletivo. Bastaria colocar à disposição algumas composições para transporte de passageiros, em horários específicos.

Projeto simples, mas com potencial de trazer enorme benefício a todo sistema de mobilidade urbana do DF, que teria menos veículos nas ruas, principalmente nas horas de maior movimentação.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Capacete: obrigação x consciência

Ciclistas não são obrigados a usar capacete no trânsito. A obrigatoriedade se resume a motociclistas, que devem usar o equipamento, certificado pelo Inmetro, “devidamente afixado à cabeça pelo conjunto formado pela cinta jugular e engate por debaixo do maxilar inferior”, sob pena de multa. Muito se perguntam se, tendo em vista a violência do nosso trânsito, não seria o caso de tornar o equipamento obrigatório para os bikers, como o capacete para motociclistas e o cinto de segurança para os motoristas de automóveis?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Série imagens do DF

Mais uma curta série de imagens para mostrar os contrastes na qualidade das vias mais usadas por ciclistas em Brasília, seja para esporte, lazer ou mobilidade. A ideia continua sendo mostrar o que há de bom e o que há de ruim por aí, o que deve ser mantido e copiado cidade afora, e o que deve ser corrigido e evitado.

A ciclovia construída na região dos condomínios do Lago Sul parece ter sido bem planejada. Localizada no gramado entre as pistas para automóveis, é bem sinalizada e costuma receber muitos usuários para prática de esportes, lazer e também para transporte pessoal.

A pista em construção no centro do Eixo Monumental é muito bonita mas, por enquanto, não se presta para a mobilidade por bicicleta. Não tem conexão com outras ciclovias e não cruza a parte central da cidade (Rodoviária do Plano Piloto). Além disso, para acessá-la, o ciclista precisa, em algum momento, atravessar o Eixo, o que pode ser bem perigoso, ao menos nos horários mais críticos.

Pistas muito usadas por ciclistas para mobilidade urbana, a EPGU e a L4 Sul (conhecida como Avenida das Nações) não têm nem ciclovia, nem ciclofaixa e muito menos acostamento. E o pior, muitos trechos com asfalto em péssimas condições. Olhando a imagem da L4 Sul, fica claro que existe local para a construção de uma bela ciclovia, seja entre as pistas, seja margeando o Lago Paranoá, pista que com certeza se tornaria um point para ciclistas.

Ciclovia na região dos condomínios do Lago Sul
é bem estruturada


Na EPGU não há ciclovia nem acostamento, e a pista
tem trechos bem ruins


A ciclovia construída no gramado central do Eixo Monumental,
por enquanto, não tem ligação com outras ciclovias


L4 Sul não tem acostamento, mas tem amplo espaço para
construção de ciclovia

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Projeto pessoal de mobilidade por bike começa com a primeira pedalada

Eixo Rodoviário fica fechado para carros aos domingos e feriados
Concordo que, em Brasília e no Brasil, não é fácil usar a bicicleta como principal meio de transporte. No caso específico do DF, não temos ciclovias ligando as cidades ao centro do Plano Piloto – o que nos obriga a disputar as ruas com carros, motos e ônibus –, as empresas e órgãos públicos não oferecem estrutura (bicicletários e vestiários) para que seus servidores usem a bike no dia a dia, e ainda temos a eterna questão da falta de segurança.

Posso garantir, contudo, que a mobilidade urbana por bicicleta é possível. É viável. E vale a pena! Mas não é fácil começar, dar o primeiro passo (ou, no caso, a primeira pedalada).

Muitas pessoas, principalmente em meu local de trabalho, pedem dicas e me perguntam como eu faço. Relato, a seguir, o que tenho dito a esses interessados.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Boom de vendas de bicicletas: momento ideal para projeto de mobilidade

O Correio Braziliense deste domingo (9) trouxe matéria de página inteira, na editoria de Economia, para noticiar que o “mercado de bicicletas cresce 300% em 5 anos e disputa espaço com carros”. Diz o jornal que, no Distrito Federal, são vendidas cerca de 3 mil bicicletas por mês. Há coisa de duas semanas, matéria de teor similar foi publicada pelo periódico gaúcho Zero Hora. O ZH revelou que também em Porto Alegre (RS) o comércio de bikes vem experimentando um aumento expressivo nos últimos anos.

Esse boom comercial mostra que o momento é mais que oportuno para que os governos estaduais e municipais tirem das pranchetas e tornem realidade projetos de Mobilidade Urbana por bicicleta. Mas projetos sérios, sem politicagem ou jogadas de marketing. Sem enganações.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

GDF entrega novos ônibus à população: projeto às avessas

Uma fila de três quilômetros de ônibus, em pleno Eixão Sul, foi a surpresa da manhã desta sexta-feira (7) em Brasília. Com grande estardalhaço, o governo local fez espetáculo para entregar à população mais 198 novos coletivos, que vão servir Ceilândia, Samambaia e Guará. De acordo com o GDF, com esta nova leva, 70% de toda frota já foi renovada – algo em torno de 1,8 mil veículos.

A troca dos ônibus em circulação na capital, diz o governo em matéria publicada no site do jornal Correio Braziliense, “é o início de uma transformação total do nosso sistema de transporte público" que inclui, por exemplo, obras de infraestrutura para melhorar a mobilidade urbana, como o "Expresso DF”.

Particularmente, acho que o projeto está sendo implantando às avessas!

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Grupos de ciclismo trazem socialização e segurança nos pedais

Além de ser excelente meio de transporte urbano, ótimo exercício aeróbico e agradável forma de lazer, o ciclismo também tem um lado de socialização bastante interessante. Muitos são os relatos de pessoas que melhoraram suas vidas – não só melhoras físicas, mas emocionais e sociais – depois que se iniciaram no mundo dos pedais e passaram a integrar grupos de ciclismo.

Participar desses grupos tem suas vantagens. Além de um grande incentivo para se manter pedalando, existem as trocas de experiência e conhecimentos sobre as magrelas, dicas de equipamentos, de oportunidades de compra, de dicas de locais para pedaladas, a boa companhia de pessoas com interesses comuns, e principalmente, segurança para as pedaladas.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Sujeira nas ruas atrapalha mobilidade por bicicleta

Canetas, livros, latas, garrafas, copos plásticos e de papel, restos de comida, chinelos, sacos (vazios e cheios – não imagino de que!), parafusos, vidros quebrados, pedaços de madeira, cabos de vassoura, roupas rasgadas, caixas vazias de remédios e outros produtos, pontas de cigarro, isqueiros, papel higiênico (usado), camisinhas e até absorvente feminino íntimo (enrolado, provavelmente usado!).

Essa é uma pequena mostra das coisas que já vi nas bordas das ruas e avenidas em minhas pedaladas pela capital.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Ciclismo e economia

Neste mês de janeiro de 2014, rodei de bicicleta - quase que exclusivamente no trajeto casa/trabalho trabalho/casa – cerca de 400 quilômetros, medidos por meio do uso de GPS. Foram 14 dias de pedaladas ida e volta: nem todos os dias pude fazer o trajeto de bike, mas creio ter realizado uma boa média mensal de rodagem, em se tratando de usar a magrela como principal meio de transporte.

Numa rápida conta de chegada (como diria meu velho e saudoso pai), levando em conta que meu carro (Um Ford Fiesta 1.0) faz 13,5 quilômetros com um litro, em média, e que o litro da gasolina, no DF, está saindo por R$ 3,09, chega-se a uma economia mensal de mais de R$ 90 reais. Isso só de combustível. Sem considerar manutenção geral do veículo.