quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Flagrante da falta de cidadania (2)

Em plena capital da República, no coração do Poder, mais exatamente no estacionamento localizado entre a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal – onde se acredita que transitem pessoas educadas, plenas de cidadania e que seriam exemplos para que o restante da sociedade mude sua cultura e passe a respeitar as leis (produzidas ali, no Congresso Nacional, e mantidas aqui, pela Suprema Corte brasileira) vemos o flagrante de absoluta falta de cidadania mostrada na imagem abaixo.

A cena – que se repete de segunda a sexta-feira - mostra uma série de veículos estacionados em fila dupla, interrompendo o fluxo de carros no estacionamento e impossibilitando a saída dos condutores dos veículos corretamente estacionados que, por “madrugarem” no trabalho, conseguem as melhores vagas e ainda podem voltar para casa mais cedo.

Os trabalhadores que chegam mais tarde, ao invés de procurar as vagas mais afastadas (que ainda estão desocupadas) ou até mesmo usar outros meios de transporte para evitar estacionar longe, querem ocupar, também, as melhores vagas. Mas, como as melhores vagas já estão ocupadas pelos que chegaram cedo, os retardatários se acham no direito de estacionar de forma ilegal, em fila dupla, atrapalhando os demais trabalhadores e o fluxo do trânsito. E desrespeitando as leis, à luz do dia e no centro político do país.


Imagens como essa se repetem pela cidade, principalmente nos estacionamentos no centro da cidade, em frente a escolas e nas quadras comerciais.

Sempre que vejo situações assim, me pergunto: para que servem as leis, se o Estado que as edita não fiscaliza e obriga o seu cumprimento? Onde estão o Departamento de Trânsito e a Polícia Militar? Passam por essas cenas, muitas vezes, e simplesmente não fazem nada.

Assim, ficamos reféns, eternamente, dessas pessoas inconscientes, sem educação e sem cultura. São esses não cidadãos que chamo de brasileiros – os mesmos que desrespeitam vagas para deficientes e idosos, furam filas nos supermercados, falsificam carteira de estudante, burlam o fisco, etc.

Egoístas e egocêntricos, essa parcela da população brasileira impede, com suas ações e omissões, que evoluamos para uma sociedade civilizada, fraterna, igualitária e livre. Impede que sejamos uma grande nação, decente e séria.

O Brasil pode ver sua economia crescer, mas nunca será um país desenvolvido como as nações europeias e norte-americanas.

Lei de Gerson

Volto a dizer: pregar a mobilidade urbana, a cidadania e o respeito às leis e ao próximo, no Brasil, é falar com as paredes. Porque, pelo jeito, a única lei que o brasileiro respeita, religiosamente, é a Lei de Gerson - norma criada com base em um reclame de 1976, da marca de cigarros Vila Rica, em que Gerson, famoso jogador de futebol da seleção brasileira da década de 1970 (e que era fumante), elogiava o cigarro e fechava dizendo: Gosto de levar vantagem em tudo, certo? Leve vantagem você também!

Levar vantagem em tudo, o tempo todo, sem se importar com o próximo. No Brasil, infelizmente, essa é a Lei Maior que vale!

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