O que é muito estranho, quase um paradoxo, uma vez que vivemos em uma cidade plana, ampla, clara, limpa, com arquitetura e urbanismo diferenciados do restante das cidades brasileiras.
Mas a verdade é que a quantidade de calçadas quebradas e mal conservadas em Brasília é assustadora. Muitas não resistem ao crescimento das raízes das árvores. Outras vão sendo tomadas por mato, ou sofrem rachaduras devido a obras realizadas nas proximidades. Depois que se quebram, permanecem assim, sem manutenção.
São poucos os lugares na cidade, principalmente na área central, em que o cidadão pode caminhar por calçadas bem construídas e conservadas. Apenas aqui e ali temos situação melhor, principalmente onde o GDF tem maquiado algumas calçadas como ciclovias, que continuam a ser usadas por pedestres. No mais, a sensação é de estar participando de uma prova de rally, de cross country. Onde não estão quebradas ou mesmo ausentes, as calçadas apresentam descontinuidades, com barreiras entre um ponto e outro.
Piscina
A primeira foto deste post, por exemplo, mostra uma “piscina” formada logo ao lado da Rodoviária do Plano Piloto, por conta de uma pista que foi bloqueada e deixada assim mesmo. Quem desembarca de ônibus na estação e pretende descer a Esplanada, precisa torcer para que não tenha chovido recentemente. Senão, vai precisar dar uma bela volta para contornar a poça de água barrenta.
Outras duas fotos mostram uma calçada quebrada e outra interrompida por um buraco e mato, na beira da EPTG. Em diversos outros pontos, como na Avenida nas Nações (L4 Sul), não existem sequer calçadas, apenas grama margeando a malha viária. Situações que, se não impedem, com certeza dificultam, e muito, a vida dos pedestres.
Usar a bicicleta como meio de transporte, em Brasília, é perigoso. A locomoção por transportes coletivos é difícil: demorada, congestionada e insegura. Mas praticar o pedestrianismo em Brasília também não é nada fácil.
Um dia, a Administração Pública vai ter que começar a pensar em mobilidade urbana, de forma séria e responsável, e deixar de lado, definitivamente, as ações eleitoreiras: ônibus novos sem melhorias no sistema, ciclovias apenas para lazer, maquiadas e desconectadas, recapeamento de vias pela metade, sem cuidado com bueiros e sarjetas, etc.
Ações que não resolvem coisa alguma, mas enchem os olhos do eleitorado nosso de cada quatro anos.
Piscina ao lado da Rodoviária do Plano Piloto |
Calçada quebrada na margem da EPTG |
A L4 Sul sequer tem calçadas |
Ainda na EPTG, a calçada foi interrompida pelo mato e por um buraco |
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