quarta-feira, 4 de junho de 2014

França incentiva população a ir trabalhar de bicicleta

Quando, ao criticar a forma como o governo enfrenta os constantes e crescentes problemas do trânsito – sem abandonar a inviável e doente política rodoviarista –, cito referências de cidades mundo afora que já acordaram para a exaustão desse modelo, estou me referindo a exemplos como o que vem da pátria de Bonaparte e de Gaulle.

A França deu início a um programa de incentivo para que os franceses deixem de lado seus carros e passem a usar a bicicleta para se locomover pelas cidades. Durante seis meses, cerca de 20 empresas vão pagar, para cada trabalhador que fizer de bike o trajeto casa-trabalho trabalho-casa, 25 centavos de euro por quilômetro percorrido em cima da magrela.


As empresas envolvidas no programa empregam coisa de 10 mil funcionários. É um ótimo começo. O governo francês espera que o sistema de incentivos aumente em 50% o uso desse meio de transporte para deslocamentos entre casa e trabalho. Atualmente, na França, as bicicletas representam 2,4% de todas as viagens de trabalho-casa, ou cerca de 800 milhões de quilômetros, com uma distância média de 3,5 km por viagem.

Benefícios

A medida pode significar um bocado de carro a menos nas ruas, mais lugares nos transportes coletivos, uma população e uma cidade mais saudáveis, redução progressiva de gastos na área de saúde, economia de combustíveis, e muitos outros benefícios diretos e indiretos.

O incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte é uma tendência na Europa, já há alguns anos. O texto revela que países como Holanda, Dinamarca, Alemanha, Bélgica e Grã-Bretanha apoiam esquemas de uso da bicicleta para o trabalho, com diferentes tipos de incentivo, como redução de impostos, pagamentos por quilômetro e apoio financeiro na compra.

Conceitos abstratos

Não sei se o caso pode ser replicado no Brasil. Nossa economia não está tão pujante assim e nossas empresas talvez não estejam conscientizadas e preparadas a tal ponto de botar a mão no bolso para investir em “conceitos abstratos” como saúde do trabalhador, melhora no meio ambiente urbano e redução no consumo de combustíveis.

Mas a iniciativa, de qualquer forma, mostra qual o rumo que os governos estrangeiros estão tomando para enfrentar o problema do inchamento das cidades e da imobilidade urbana que acomete as principais metrópoles do planeta.

Pelo que vemos, o caminho é muito simples, mas passa por uma mudança radical na política de gestão do trânsito. A solução está em abrir espaço para incluir na matriz de locomoção urbana meios de transporte alternativos, individuais e coletivos. Investir, pra valer, em modais como trem, metrô, ônibus, van e motocicleta, entre outros.

Mas inclui levar a sério a bicicleta como meio de transporte viável. E investir nessa ideia.

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