No trabalho intitulado “O nó da mobilidade urbana”, apresentado no final de 2013 no Centro de Estudos Estratégicos da Câmara dos Deputados, o engenheiro civil Severino Soares Silva fez duas revelações que mostram porque é tão difícil combater a politica rodoviarista no Brasil. Veja o que diz o engenheiro, citando as fontes.
a) “O automóvel se tornou o principal instrumento de arrecadação do país: de cada R$ 100 que o governo arrecada em impostos R$ 6 vêm do setor de veículos. O carro é a prima-dona da arrecadação”. (Everardo Maciel, ex-Secretário da Receita Federal, Revista Época 21/10/2011).
b) “Mais de 200 mil empresas no Brasil têm suas atividades ligadas direta ou indiretamente à indústria automobilística; ela tem peso correspondente a 21% do setor industrial e representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil”. (Anfavea/2012).
Em suma, para o governo, menos carros significa menos arrecadação de impostos, menos empregos e menos geração de renda.
Assim, de nada adianta falar em substituição do modelo focado nos automóveis em vigência na atualidade, se a proposta não apontar alternativas para a substituição, à altura, da fonte de arrecadação primária no Brasil.
Não basta defender a construção de mais ciclovias e uma nova concepção de transporte coletivo público – com intermodalidade entre ônibus, metrô, trens, bicicleta, vans, etc. O debate é mais profundo, e passa por uma reavaliação e redesenho da perversa e mal estruturada política tributária brasileira.
Confira aqui a íntegra da apresentação.
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