Isso porque muita gente, mas muita gente mesmo, não opta por se locomover por meios alternativos de transporte exatamente por conta dessa falta de segurança. Andar a pé pela cidade, aguardar um ônibus numa parada, dirigir-se a uma estação de metrô ou pedalar sozinho por vias desprotegidas – de dia ou de noite – são atitudes de alto risco.
Pessoas que poderiam muito bem escolher outras formas de locomoção – senão diariamente, ao menos com alguma frequência –, acabam voltando para a segurança individual de seus veículos. E isso acaba com qualquer chance de implantar projetos viáveis de mobilidade urbana.
Até porque ninguém vai se engajar em projetos que visam o bem coletivo se para isso tiver que colocar sua vida (ou seu patrimônio) em risco.
Segurança no trânsito
Para ser eficiente e eficaz, a segurança no trânsito deve ir além de produzir campanhas em prol do uso do cinto de segurança e respeito à faixa de pedestres, de retirar motoristas bêbados das ruas e de reduzir a velocidade em nossas pistas para evitar acidentes. Esses são objetivos importantíssimos, claro.
Mas um bom projeto de segurança no trânsito deve, também, combater a crescente onda de assaltos a pedestres, a ciclistas, a ônibus ou composições de metrô. Até porque, quanto menos segurança, mais carros vão circular por nossas ruas, o que significa um trânsito mais violento, mais estressante e caótico, e maior será a necessidade de campanhas de segurança. Isso cria um círculo vicioso sem solução.
Ao investir em segurança no trânsito de uma forma mais abrangente, o Estado vai estar, com certeza, permitindo que projetos de mobilidade urbana tenham mais chances de dar certo. Em um cenário onde impera a sensação de segurança, as pessoas vão se sentir à vontade para caminhar pela cidade, usar a bicicleta como meio de transporte, ou usar com mais frequência os meios coletivos de transporte público.
E menos carros nas ruas significa um trânsito mais civilizado. O Estado e o cidadão só têm a lucrar com isso.
De outra forma, com essa constante falta de segurança, as bicicletas vão cada vez mais servir apenas como opções de esporte ou de lazer – frequentando cada vez mais nossos parques – e cada vez menos como opção de transporte – afastando-se mais e mais de nossas avenidas.
Reação
No caso da matéria publicada no Correio desta segunda, o assalto ficou apenas na tentativa. O ciclista – um segurança de 35 anos – reagiu e aplicou um golpe de arte marcial no assaltante, que quase foi a óbito. A matéria traz uma memória de outros casos de assalto a ciclistas em Brasília, que terminaram com ferimentos ou até a morte de colegas do pedal.
Lindo o desenho!Parece com o desenho do Tiago!rsrrs
ResponderExcluirÉ, infelizmente, até de bike as pessoas não estão seguras!