segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Falta de segurança atrapalha projetos de mobilidade urbana

O Correio Braziliense desta segunda-feira (20) traz notícia de uma tentativa de assalto a um ciclista em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal. O fato traz à tona mais um dos graves problemas que, indiretamente, acabam desaguando no trânsito caótico que adoece nossas cidades. A falta de segurança para pedalar ou caminhar pela urbe acaba enchendo cada vez mais nossas ruas de veículos automotores e impedindo o sucesso de projetos de mobilidade urbana.


Isso porque muita gente, mas muita gente mesmo, não opta por se locomover por meios alternativos de transporte exatamente por conta dessa falta de segurança. Andar a pé pela cidade, aguardar um ônibus numa parada, dirigir-se a uma estação de metrô ou pedalar sozinho por vias desprotegidas – de dia ou de noite – são atitudes de alto risco.

Pessoas que poderiam muito bem escolher outras formas de locomoção – senão diariamente, ao menos com alguma frequência –, acabam voltando para a segurança individual de seus veículos. E isso acaba com qualquer chance de implantar projetos viáveis de mobilidade urbana.

Até porque ninguém vai se engajar em projetos que visam o bem coletivo se para isso tiver que colocar sua vida (ou seu patrimônio) em risco.

Segurança no trânsito

Para ser eficiente e eficaz, a segurança no trânsito deve ir além de produzir campanhas em prol do uso do cinto de segurança e respeito à faixa de pedestres, de retirar motoristas bêbados das ruas e de reduzir a velocidade em nossas pistas para evitar acidentes. Esses são objetivos importantíssimos, claro.

Mas um bom projeto de segurança no trânsito deve, também, combater a crescente onda de assaltos a pedestres, a ciclistas, a ônibus ou composições de metrô. Até porque, quanto menos segurança, mais carros vão circular por nossas ruas, o que significa um trânsito mais violento, mais estressante e caótico, e maior será a necessidade de campanhas de segurança. Isso cria um círculo vicioso sem solução.

Ao investir em segurança no trânsito de uma forma mais abrangente, o Estado vai estar, com certeza, permitindo que projetos de mobilidade urbana tenham mais chances de dar certo. Em um cenário onde impera a sensação de segurança, as pessoas vão se sentir à vontade para caminhar pela cidade, usar a bicicleta como meio de transporte, ou usar com mais frequência os meios coletivos de transporte público.

E menos carros nas ruas significa um trânsito mais civilizado. O Estado e o cidadão só têm a lucrar com isso.

De outra forma, com essa constante falta de segurança, as bicicletas vão cada vez mais servir apenas como opções de esporte ou de lazer – frequentando cada vez mais nossos parques – e cada vez menos como opção de transporte – afastando-se mais e mais de nossas avenidas.

Reação

No caso da matéria publicada no Correio desta segunda, o assalto ficou apenas na tentativa. O ciclista – um segurança de 35 anos – reagiu e aplicou um golpe de arte marcial no assaltante, que quase foi a óbito. A matéria traz uma memória de outros casos de assalto a ciclistas em Brasília, que terminaram com ferimentos ou até a morte de colegas do pedal.

Um comentário:

  1. Lindo o desenho!Parece com o desenho do Tiago!rsrrs
    É, infelizmente, até de bike as pessoas não estão seguras!

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