quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Manual do ciclista urbano do DF

Um Manual do Ciclista Urbano, com dicas e informações importantes para os pedalantes do Distrito Federal, está à disposição dos internautas no site da Secretaria de Transportes. No mesmo local, é possível encontrar o Plano de Mobilidade por Bicicleta no DF.

A iniciativa merece elogio. É importante para a implantação de um projeto de mobilidade. Mas merece uma maior divulgação por parte da secretaria. Pedalo há anos pelas ruas de Brasília, e não tinha conhecimento da existência desse guia.

O manual fala dos benefícios trazidos pelo uso da bicicleta, os direitos e os deveres dos ciclistas, os equipamentos obrigatórios de segurança, mostra qual deve ser o comportamento de motoristas e ciclistas no trânsito, e a possibilidade de integração com o sistema metroviário da capital. Há também uma lista de sites que tratam do tema mobilidade por bicicleta.


Nova Iorque

A iniciativa parece seguir, entre outros, o exemplo de Nova Iorque, nos EUA. A Big Apple, uma das cidades mais populosas do mundo, também é uma das que possui a maior malha cicloviária em todo o planeta. Dados do Departamento de Transportes (DOT) de Nova Iorque, divulgados na edição desta quarta-feira (22) do jornal o Globo, revelam que Nova Iorque tem mais de 1,1 mil quilômetros de ciclovias, ciclofaixas ou ciclorrotas. Isso por si só já seria um espetáculo. Mas o ciclismo por lá é tão levado a sério que a prefeitura produziu um guia oficial voltado para ciclistas – o Bike Smart.

Seriedade

A cidade, que lançou para o mundo o programa Tolerância Zero – iniciativa que reduziu os números da criminalidade no município –, demonstra levar muito a sério a mobilidade urbana. E não é para menos: os cerca de 8,3 milhões de nova-iorquinos vivem em uma área de menos de 800 metros quadrados, ou seja, uma densidade de mais de 10 mil habitantes por metro quadrado. Em uma cidade rica como Nova Iorque, se o automóvel fosse a opção principal de locomoção, o caos estaria instalado.

Mas, aliando sistemas de transporte público com projetos de mobilidade, a cidade tem conseguido se salvar de uma catástrofe nas suas ruas e avenidas.

No site do DOT o cidadão encontra um mundo de informações – direcionadas para pedestres, ciclistas, motoristas e usuários de barcos e ônibus. É lá que está disponível o link para o Bike Smart, um manual com 11 páginas e dicas sobre como os ciclistas devem se comportar no trânsito, uso de equipamentos de segurança, segurança da bicicleta, bicicletários e estacionamentos para bikes, e um mapa com todas as ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas da cidade.

Capacete

O cuidado com o ciclista, em Nova Iorque, ainda vai mais longe. Com a informação de que 74% das mortes de ciclistas acontecem por machucados na cabeça, o guia revela que o Departamento já distribuiu gratuitamente mais de 75 mil capacetes e diz que interessados devem ligar para o DOT para ganhar o equipamento, que pela lei nova-iorquina só é obrigatório para crianças de até 13 anos.

Bike Smart no DF

Como o Distrito Federal tem dado demonstração de que, finalmente, quer levar adiante um projeto de mobilidade urbana na região, o exemplo de Nova Iorque - que além da extensa malha cicloviária tem leis específicas para ciclistas e constantes campanhas educativas voltadas para o setor – merece ser considerado pelas autoridades responsáveis pelo projeto candango.

O manual do ciclista urbano é uma ótima iniciativa. Mas precisa ir para as ruas. Para as escolas. Para as universidades e órgãos públicos. Precisa ser conhecido por ciclistas, motoristas, pedestres, condutores de transportes coletivos. Sair do papel e ganhar o mundo - ou, no caso, ruas, avenidas e ciclovias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário