segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Interação entre meios de transporte privilegia a mobilidade urbana

Uma das alternativas mais interessantes e viáveis para melhorar o transporte urbano é a interação entre os diversos meios de locomoção. Isso porque mobilidade urbana não deve ser entendida simplesmente como a exclusão dos carros das ruas, ou o incentivo para que todo mundo saia pedalando para cima e para baixo, ou a permissão para que apenas transportes coletivos circulem nas nossas ruas e avenidas. Mobilidade urbana é a dar a todos o direito e a possibilidade de se locomoverem livremente pela cidade, de forma simples e segura – e pelos meios que preferirem –, sem terem que enfrentar engarrafamentos e desperdício de tempo, dinheiro e saúde.


A bicicleta, por exemplo, é um excelente meio de transporte. Mas, em Brasília, muitas pessoas moram muito longe do seu local de trabalho. E pedaladas de 25 ou 30 quilômetros não são assim tão leves, além de exigirem muitas vezes que o ciclista divida, com os motoristas, rodovias movimentadas, mais perigosas do que as ruas do centro da cidade. Isso, contudo, não deveria servir de empecilho ao uso das magrelas, e motivo para já tirar o automóvel da garagem.

É possível fazer parte do percurso de bike!

Na parte externa de algumas estações de metrô, como a do Guará, existe um bicicletário – local onde o ciclista pode acorrentar sua bike - o que permite uma ótima interação entre os dois meios de transporte. Ciclistas que moram nas redondezas de uma estação do Metrô podem ir até lá de bicicleta, deixar sua magrela devidamente acorrentada e segura, e ir até o centro da cidade de trem.

Essa interação também pode – e deve – acontecer com os automóveis. Isso porque as estações contam com estacionamento para veículos. Assim, ao invés de ir de carro até o centro da cidade, engarrafando as ruas da área central, os motoristas podem dirigir até um desses estacionamentos, deixar ali seus veículos e concluir o trajeto de trem.

Cultura

Para isso, claro, é preciso criar cultura. Mas nesse ponto, Brasília tem história. Vejam os exemplos do cinto de segurança e da faixa de pedestres, que fazem parte da cultura do brasiliense.

Caberia ao governo investir mais pesadamente em projetos de interação intermodal, divulgando e garantindo a segurança dos carros e bicicletas nessas estações, e oferecendo estrutura semelhante em paradas de ônibus mais movimentadas. Como vimos com cinto de segurança e faixa de pedestres, cultura se faz com a disponibilização da infraestrutura necessária, com divulgação maciça e campanhas educativas. Benefícios e multas ajudam a “cultura” a ser implantada mais rapidamente, mas podem ser substituídas em projetos de médio prazo.

Apostar em estacionamentos periféricos – em paradas de ônibus e estações de metrô – para permitir a interação entre carros, bicicletas e transportes públicos, é uma forma inteligente de privilegiar a mobilidade urbana.

Um comentário:

  1. Ótimo...uma excelente ideia! Mas teríamos que ter segurança, também, ao deixar nossas conduções estacionadas nos aguardando na volta!

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