sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sk8 - Voltando a ser menino

Há coisa de um mês, numa visita à casa da minha filha, deparei-me com um presente insólito. Um skate longboard. Uau! Nem acreditei. Foi como reencontrar um grande amor da infância. Sem querer, minha filha despertou o menino que existe em mim. Era mais de 11 horas da noite, mas fomos para a rua - eu, ela e o namorado (que também ganhara um skate, dias antes) e minha filha mais nova – brincar com a novidade. Ao deslizar suavemente pelo asfalto, voltei pelo menos 35 anos no tempo. Na Brasília do final dos anos 1970, eu vivia sobre uma prancha e quatro rodinhas, pelas ruas da quadra em que morava, na Asa Sul.


O skate, aliás, foi o motivo de meu primeiro contato com a imprensa, área na qual viria a trabalhar anos depois. No caso, tratava-se de programa vespertino da TV Globo local – o TV Globinho. Após gravar imagens de algumas acrobacias, a repórter entrevistou a mim e a um colega chamado Sérgio sobre o “esporte”. Na época não existiam longs, andávamos em decks (pranchas) menores, próprios para manobras.

O skate é como a bicicleta: uma vez que você aprendeu, não esquece jamais. Em poucos dias já tinha retomado a segurança e o equilíbrio de outrora e passei a deslizar para lá e para cá em qualquer tempinho livre que tenho.

O longboard é como uma SUV do mundo do skate. Robusto, estável, confortável, ágil, veloz, ótimo para rolês longos e perfeito para descidas.

Intermodalidade

De “brinquedo” da infância/juventude, o skate logo passou a integrar meu leque de opções para mobilidade urbana. Pode parecer mais uma das minhas loucuras de menino mas, em regiões planas, deslizar sobre quatro rodinhas pelas calçadas até uma estação do metrô ou parada de ônibus, em percursos de até quatro ou cinco quilômetros, não cansa, não causa transpiração, e reduz consideravelmente o tempo de “viagem” em comparação ao pedestrianismo.

Digo isso porque já fiz essa experiência algumas vezes. No meu caso, preciso caminhar cerca de 15 minutos para vencer o 1,6 km entre a porta de casa e a estação do metrô. De skate, sem qualquer esforço, faço o trajeto em oito minutos. Quase metade do tempo. De bike, normalmente gasto cinco minutos.

No Parque da Cidade, o percurso de quatro quilômetros feito à pé (caminhando) pode demorar de 35 a 40 minutos. De skate, faço o mesmo trajeto em 17 minutos. De bike são dez minutos.

Em resumo, pela minha experiência, em termos de tempo de viagem, o skate é coisa de duas vezes (100%) mais rápido do que a caminhada, e 60% mais lento do que a pedalada. Ágil, não cansa, não causa transpiração, e é muito divertido.

E mais: tenho pra mim que, até nesse ponto, Brasília é “abençoada”. Quem trabalha na Esplanada dos Ministérios, por exemplo, pode descer do metrô ou do ônibus na rodoviária do Plano Piloto e literalmente “descer” a Esplanada de bicicleta, skate, patins, patinete, etc. até o local de trabalho.

Da mesma forma, quem vai de ônibus para o Setor Comercial Sul e salta na parada da W3, provavelmente terá uma confortável descida para deslizar até o “trampo”.

Muito em breve pretendo experimentar ir de skate até o trabalho. E assumo que tenho uma enorme curiosidade: quero ver como a Segurança do órgão vai se portar ao ver um funcionário chegar com um skate cujo shape mede 1,15m. Será que me deixarão entrar com o “veículo”? Vão me fazer estacioná-lo na garagem, como faço com a bike? Ou vão me barrar?

Resposta em breve, neste blog.



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