terça-feira, 1 de abril de 2014

Encarar a selva de pedra é a aventura do ciclista urbano

Nem sempre fui um “comportado” ciclista urbano, que não se aventura em trilhas pelo meio do mato. Já encarei muitas pirambeiras. Já desci e subi morros íngremes. Cruzei pinguelas. Pedalei sobre barro molhado e terra seca e solta. Já encarei pedreiras e cascalheiras. E fazia isso sozinho, numa época em que não existia telefone celular. É uma adrenalina louca. Viciante mesmo. Assumo que foi bem difícil de largar. Mas acabei abandonando o mountain bike. E passei a encarar apenas a selva de pedra.

Mas muitas vezes, na minha atual constante movimentação pela cidade, lembro bem como era ser “trilheiro”. No meu trajeto diário casa/trabalho trabalho/casa encaro tantas subidas e descidas de calçadas, pistas e calçadas esburacadas, pedais sobre gramados, poças de água, beiras de pontes, que a adrenalina – que já fica eriçada por conta da aventura de enfrentar o trânsito com seus ônibus e carros e caminhões e motos – atinge quase os mesmos níveis de quando eu enfrentava terra e pedra pelos arredores de Brasília.


A tensão e os perigos não são tão diferentes quanto parece. A expressão “selva de pedra” dá uma boa dimensão da coisa. Mostra que realmente enfrentamos um mundo selvagem, não de terra e pedra e animais, mas de concreto e asfalto e carros. Inclusive, muito tristemente, lembro que a grande maioria das mortes de ciclistas acontece nas cidades - no trânsito - e não em trilhas.

Sempre que me perguntam se sou ciclista, logo perguntam se faço trilha. Respondo sem pestanejar que não sou mais da tribo das trilhas, mas que minha aventura é outra, meu risco é outro. Nem maior nem menor do que os mountain bikers – apenas diferente.

As fotos abaixo mostram um pouco dos diferentes tipos de “barreiras” que enfrento no dia a dia.















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