quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Nem tudo é paz e amor no trânsito de Brasília

Entrada do Parque da Cidade
Hoje, infelizmente, após muitos anos, fui alvo da fúria de um motorista deseducado, egoísta e violento. Ainda bem que este tipo de cidadão está cada vez mais se tornando minoria.

Segue o ocorrido:


Por volta das 7 horas da manhã, vindo pela EPTG, aproximando-me da entrada do Parque da Cidade em frente ao Sudoeste, fui me posicionando no centro da faixa mais à direita, pedalando forte, sinalizando com o braço, olho no retrovisor, como faço diariamente. O carro que vinha atrás de mim permaneceu no aguardo, e o carro na faixa central também permaneceu atento, sem acelerar. Já na curva, tomei a segunda faixa – central – olho no retrovisor –, e alcancei a terceira faixa, mais à esquerda.

Conversão feita, quando os carros puderam me ultrapassar com segurança, um gol preto que ficara preso atrás do veículo que estava na faixa central me aguardando, passou acelerando forte à minha direita. De vidro aberto, braço gesticulando para fora e gritando, o motorista me xingou com vontade.

Como sempre faço nessas ocasiões, apenas fiz um sinal de paz e amor com a mão direita. Cruzei a pista e peguei e segui na direção do Pavilhão de Exposições. Mas reparei que ele fez o retorno mais abaixo e também vinha para essa pista.

Quando ele fez a curva e entrou na pista, atrás de mim, logo vi pelo retrovisor que ele acelerou o carro e começou a piscar o farol. Não pensei duas vezes e subi a calçada com a bike, tomando o rumo do centro do parque. Ele passou voando como um foguete.

Com o "maníaco" longe, voltei para a pista e retomei meu traçado diário. Passado o susto, vim pensando no ocorrido durante o final do trajeto.

Com certeza, estava atrasado para o trabalho ou outro compromisso. E tentava ganhar, no trânsito, de forma arriscada, aqueles dois ou três minutos que acabam sendo inúteis. Um sinal fechado, a falta de vagas no destino, uma faixa de pedestres, um elevador que não chega, e pronto, esses minutinhos ganhos na aceleração perigosa e na irresponsabilidade somem no ar. Só ficou o risco de ter causado um acidente grave.

Também pensei que seu xingamento devia querer dizer: o que este idiota de bicicleta está fazendo no meio da pista? Atrapalhando nossa vida! Aqui é lugar de carro. Vá para seu lugar. Aqui é lugar de gente grande, de carros, de velocidade. Não é lugar para criança.

Pena, porque o xingamento devia ser dirigido a si mesmo, ou até mesmo ao governo. Mas nunca para mim. Porque é o excesso de automóveis na rua que congestiona o trânsito. Não as bicicletas.

É triste. Mas repito: esse tipo de motorista, aos poucos, está se tornando minoria. E mais, motoristas (ou cidadãos) assim não me intimidam. Porque tenho plena consciência do bem que estou fazendo. Para mim, para a cidade e, inclusive, para ele.

2 comentários:

  1. Há pouco tempo aconteceu algo parecido, entretanto não evitei o embate, o que sabiamente você o fez. Ao reparar que o carro ainda me seguia, parei a bike ao seu lado e fui argumentar o porquê de tanta pressa e má educação. Cheio de razão o jovem motorista dizia ser ciclista profissional e saber das leis e que mesmo se tratando de uma convergência para a esquerda, eu não poderia cruzar a pista por estar de bike (?)
    Às vezes me deparo com seres inexplicáveis em meu caminho...e isto as 9 horas da manhã! Meu sonho ainda é ter a calma que você teve de evitar o combate! Parabéns pela atitude...

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  2. Realmente, Felipe, a vontade primeira costuma ser a de reagir. Mas com o tempo acabei percebendo que de nada adianta eu tentar o embate com o motorista em questão. Não vai mudar em nada a situação geral, e pode trazer problemas para nós dois. Acredito que nosso trabalho é ir levando educação e conscientização para motoristas e ciclistas e pedestres. um abraço.

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