terça-feira, 2 de setembro de 2014

Volta ao mundo: um sonho de muitos



O jornalista Fernando Gabeira entrevistou, no seu programa do último domingo (31/8), Charles Zimmermann, catarinense de Jaraguá do Sul que voltou há pouco de uma volta ao mundo de bicicleta. Entre outras revelações, Charles revela que passou mais de dois anos “na estrada”, gastando uma média de US$ 20 por dia.

Entrevistas, documentários ou relatos como esse mostram que meu projeto de girar o mundo sobre uma bike dobrável não tem nada de lunático ou de novo. É a prova de que sou apenas mais um cidadão do mundo que nutre esse desejo.


Na entrevista ele diz que encontrou vários viajantes – principalmente europeus – fazendo esse tour. Contou curiosidades e aprendizados, dicas e macetes para os interessados nesse tipo de viagem.

E parece que interessados nesse tipo de aventura não faltam. Viajar o mundo parece uma coisa meio junguiana, um sonho a povoar o inconsciente coletivo de parte da humanidade.

Aqui do Brasil temos o Antônio Olinto, que já rodou o mundo e hoje toca um projeto de cicloturismo no Brasil.

Quem leu os livros do navegador Amyr Klink lembra que ele esbarrava constantemente com outros velejadores que viviam a rodar os sete mares. O mesmo aparece nos relatos da família Schurmann, que contam passagens de tantos e tantos que “moravam” no mar.

Como esses, que acabaram “famosos”, milhares de pessoas rodaram ou estão rodando o mundo nesse exato momento, de várias maneiras, com diversos objetivos e diferentes perspectivas. De igual, o desejo de estar sempre em movimento, sempre na estrada, sempre em busca do novo, do desconhecido.

Difícil saber o que move as pessoas a abandonar tudo por um período das suas vidas para se lançar num projeto dessa magnitude. Mas de todas as experiências a respeito que já vi, uma coisa parece ser comum a todas as viagens: enquanto descobrem o mundo inteiro, essas pessoas na verdade acabam conhecendo muito mais a si mesmas e – pela diversidade das situações e pessoas que encontram pelo caminho – passam a entender um pouco melhor o tal do bicho Homem.

Um paradoxo curioso: viagens mundo afora acabam se tornando, ao mesmo tempo, mergulhos mundo adentro.

(agradeço às amigas Cármen Feijó e Virgínia Pardal pela dica da entrevista do Gabeira)

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