
Entrevistas, documentários ou relatos como esse mostram que meu projeto de girar o mundo sobre uma bike dobrável não tem nada de lunático ou de novo. É a prova de que sou apenas mais um cidadão do mundo que nutre esse desejo.
Na entrevista ele diz que encontrou vários viajantes – principalmente europeus – fazendo esse tour. Contou curiosidades e aprendizados, dicas e macetes para os interessados nesse tipo de viagem.
E parece que interessados nesse tipo de aventura não faltam. Viajar o mundo parece uma coisa meio junguiana, um sonho a povoar o inconsciente coletivo de parte da humanidade.
Aqui do Brasil temos o Antônio Olinto, que já rodou o mundo e hoje toca um projeto de cicloturismo no Brasil.
Quem leu os livros do navegador Amyr Klink lembra que ele esbarrava constantemente com outros velejadores que viviam a rodar os sete mares. O mesmo aparece nos relatos da família Schurmann, que contam passagens de tantos e tantos que “moravam” no mar.
Como esses, que acabaram “famosos”, milhares de pessoas rodaram ou estão rodando o mundo nesse exato momento, de várias maneiras, com diversos objetivos e diferentes perspectivas. De igual, o desejo de estar sempre em movimento, sempre na estrada, sempre em busca do novo, do desconhecido.
Difícil saber o que move as pessoas a abandonar tudo por um período das suas vidas para se lançar num projeto dessa magnitude. Mas de todas as experiências a respeito que já vi, uma coisa parece ser comum a todas as viagens: enquanto descobrem o mundo inteiro, essas pessoas na verdade acabam conhecendo muito mais a si mesmas e – pela diversidade das situações e pessoas que encontram pelo caminho – passam a entender um pouco melhor o tal do bicho Homem.
Um paradoxo curioso: viagens mundo afora acabam se tornando, ao mesmo tempo, mergulhos mundo adentro.
(agradeço às amigas Cármen Feijó e Virgínia Pardal pela dica da entrevista do Gabeira)
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