quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Receita básica de cidade com mobilidade urbana


Receita básica de cidade com mobilidade urbana

Ingredientes:

- Trens vindo do entorno
- Balsas no Lago Paranoá
- Metrô para saída Norte
- Ciclovias
- Ônibus duplos
- Calçadas
- Policiais militares
- Postes de iluminação
- Material de educação e conscientização
- Vontade política à gosto

Modo de preparo:
Confira que existe vontade política para concluir toda a receita. Se conseguir esse ingrediente, mais de metade do problema está resolvido. Então, é só chamar os melhores quadros da Administração Pública para realizar a receita. Faça reuniões preliminares com a sociedade organizada para conhecer as necessidades do cliente. Com essas informações, prepare um projeto de médio ou longo prazo - não esquecendo de privilegiar a integração intermodal - com orçamento, cronograma o organograma viáveis e realizáveis.

Feito isso, é hora de começar a colocar os ingredientes na cidade, cada em seu lugar, com cuidado e usando sempre matéria prima de qualidade. Importante: faça com qualidade, não com pressa. E não esqueça de prever a necessidade de iluminação e segurança em todas as partes do sistema que vai se criando.

Comece estique o metrô até o lado norte da cidade, com projeção de mais trens circulando. Se tiver bastante vontade política, vá estendendo, devagarinho, o metrô também para locais como Gama, Santa Maria, Riacho Fundo, Parkway.

Construa piers no Lago, separe ônibus para fazer trajetos circulares tanto na Esplanada quanto no Lago Norte / Paranoá, compre as balsas e coloque o sistema para funcionar. Enquanto isso, vá construindo ciclovias inteligentes, ligando as regiões administrativas ao Plano Piloto. Não esqueça de temperar com muita iluminação e segurança, usando policiais sobre duas rodas.

Em outro momento, construa calçadas em locais de movimentação de pedestres. Se já existir calçamento, reconstrua, com qualidade e cuidado. Tempere essa parte, também, com muita luz e muita segurança.

Vá introduzindo, aos poucos, ônibus duplos para cumprir trajetos mais longos e problemáticos. Pode valorizar o Expresso DF. Mas coloque, também, serviço complementar com ônibus menores fazendo trajetos circulares em locais sem atendimento de transporte público, ligando essas regiões ao sistema integrado que se constrói.

Separe as linhas de trens que partem de Valparaíso e Cidade Ocidental, e também de Sobradinho, e passam pelo Plano Piloto. Daí, é só colocar trens de passageiros circulando para atender a demanda de horários de pico, com ponto no terminal Rodoferroviário. Não esqueça de fazer linhas circulares para que esses usuários possam chegar facilmente até a Esplanada dos Ministérios e a Rodoviária do Plano.

Ao servir, não esqueça de regar com uma campanha permanente de educação e conscientização da população, explicando o que está sendo feito, as novas possibilidades e vantagens, a importância da participação de todos e da conservação do sistema para benefício de todos.

A receita, é claro, não é estilo miojo. É para ser feita com calma, passo a passo, de forma organizada e atenciosa. É uma receita de médio prazo, que provavelmente vai ultrapassar a duração de uma gestão de governo. Por isso mesmo, não é uma receita de governo, mas uma receita de Estado. Mas é assim que começa a receita para revolucionar o DF.

A receita serve milhões de cidadãos.
PS: Existem outros ingredientes e formas de preparo. Este é apenas um exemplo básico para servir de inspiração.

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